A Importância da Psicomotricidade na Educação
A Educação Infantil é considerada a primeira etapa da educação básica e, de acordo com a Lei nº 9.394/1996 (Lei De Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB), tem como finalidade, o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos de idade “em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 1996, art. 29). Podemos dizer que nesta etapa da vida, a criança deve ser estimulada a desenvolver todas as habilidades necessárias para seu crescimento saudável em todos os aspectos. A primeira infância é uma fase importante para o desenvolvimento da criança, é nessa época que ela irá se constituir como ser humano.
"A infância apresenta-se como fase crucial para o desenvolvimento de um repertório motor que favorece o aprimoramento de outras habilidades no decorrer da vida adulta.” (FIN; BARRETO, 2010, p. 5)
Conceito do que é Psicomotricidade
A psicomotricidade é uma ciência que destaca o desenvolvimento das habilidades emocionais, motoras e cognitivas nas diversas etapas da vida humana. De acordo com LE BOULCH (1992), se dá mediante ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, proporcionando-lhe uma imagem do corpo e contribuindo para a formação de sua personalidade.
A Importância da Psicomotricidade Inserida na Metodologia Montessori
Inserido na metodologia Montessori, a psicomotricidade é mais um impulso no desenvolvimento infantil. É por meio da psicomotricidade que a criança pode desenvolver a percepção de si mesma, sendo assim, ela percebe-se por inteira e aprende como interagir com o ambiente. DE MEUR E STAES (1989, p. 13) definem a estruturação espacial como: - a tomada de consciência da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e coisas; - a tomada de consciência da situação das coisas entre si; - a possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de movimentá-las.
É importante lembrar que devemos respeitar não só a faixa etária de cada um, mas o nível de desenvolvimento em que a criança se encontra. Para isso, cada atividade deve ser planejada de forma que não pule as etapas da vida, pois uma habilidade que deveria ser aprendida dentro de uma determinada faixa etária, pode ser aprendida mais tarde, mas talvez não com a mesma eficácia. Podemos citar as habilidades rudimentares; são as primeiras formas de movimentos voluntários que ocorrem até aproximadamente os 2 anos, passam por uma sequência altamente previsível, mas que precisam ser estimuladas.
Podemos dizer que todo estímulo, quando aplicado no momento certo, faz uma enorme diferença no desenvolvimento da criança. As mais diversas habilidades podem sim, ser adquiridas e aprimoradas com o auxílio da psicomotricidade. Existe uma gama de atividades psicomotoras que podem ser aplicadas na educação infantil de forma individual, ou em grupos, utilizando ou não objetos como cordas, bolas, cones, bambolês, dentre uma infinidade de outros materiais. Vale afirmar que essas atividades não são feitas de forma repetitiva, como solicitar que as crianças pulem em um pé só durante 2 minutos no pátio, por exemplo. O ideal é que sejam realizadas de maneira lúdica, inserindo na brincadeira as habilidades que devem ser trabalhadas naquele momento. Desta forma as crianças poderão explorar os movimentos de forma prazerosa e divertida.
LE BOULCH (1992, p.24), corrobora com esses comentários ao afirmar que a educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas. Podemos concluir que através de atividades planejadas ou do brincar, o que importa é respeitar cada fase da vida e assim o professor desenvolverá o seu maior objetivo, servir como auxiliador para que as crianças se desenvolvam cada vez mais e melhor.
Exemplo: Ação de pinçar com objetos de diferentes tamanhos e texturas.
REFERÊNCIAS
- BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833.
- DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1989.
- FIN, G.; BARRETO, D. B. M. Avaliação motora de crianças com indicadores de dificuldades no aprendizado escolar, no município de Fraiburgo, Santa Catarina. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 1, n. 1, p. 5-12, jan./jun. 2010.
- LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até os 6 anos. Tradução Ana Guardrola Brizolara. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992