Educação para o Desenvolvimento Humano

Educação para o Desenvolvimento Humano

Tudo que somos hoje ─ nossas capacidades e limitações ─ resulta de um processo de aprendizagem moldado a partir da educação que recebemos.  São nossas experiências pessoais que irão construir uma estrutura interna, determinando nosso comportamento. Isto, no entanto, não quer dizer que o desenvolvimento se dá por acaso, ou que o homem seja apenas fruto do meio. Ao contrário. O processo de desenvolvimento é um complexo encadeamento de impulsos intimamente relacionados:  a realidade externa, com todos os seus códigos culturais, somada aos estímulos afetivos e ao aproveitamento de cada fase de maturação de aprendizagem cognitiva, resultarão em estruturas internas capazes de nortear o desenvolvimento mental humano. 

No entanto, é preciso compreendermos que este desenvolvimento interno deverá preceder à independência, pois ninguém pode ter liberdade sem antes ter consciência.   É, portanto, esse desenvolvimento interno a maior tarefa da criança, que para cumpri-la, está equipada de uma rede neural em plena expansão ─ pronta para absorver durante os primeiros anos de vida a estrutura básica de seu ambiente social, e, a partir disso, elaborar seu comportamento individual.

Para Montessori, a Escola tem um papel fundamental e determinante na vida da criança, e uma falha na educação poderia não apenas limitar seu potencial, mas prejudicar seu processo de humanização. Por isso afirma em suas obras, sempre com veemência, que a educação escolar deve ser pensada como uma ajuda à vida, servindo como meio de apoio e orientação à criança em sua tarefa monumental de construir as fundações de sua personalidade.  

A fim de possibilitar essa grandiosa tarefa, Montessori propôs um ambiente dotado de qualidades que possam guiar cada fase do desenvolvimento, valorizando características necessárias a qualquer sociedade, e que podem ser gradativamente assimiladas a partir da experimentação. A beleza, a estética, a ordem; o exercício constante da busca, do encantamento, da descoberta, da autonomia, da colaboração ─ e consequentemente da paz -  são princípios fundamentais de seu método, pois estas aprendizagens nos guiam por toda a vida.  

Para ela o papel da Escola é ser ponte entre o mundo do aluno e o mundo real, conduzindo-o a explorar e assimilar, de maneira que seu potencial investigativo, criativo e questionador seja preservado, para que a mesma criança que aprende sobre nosso mundo, seja capaz, ao se tornar adulto, de transformá-lo em um lugar mais humano.  Afinal, só a educação tem esse poder.