Educador: um papel social de todos nós.
Quando se fala em educação, lembramos imediatamente da instituição escolar, sem nos darmos conta que a aprendizagem, os saberes e os conhecimentos existem também fora da escola e em seu entorno.
Os processos educativos não são monopólio da escola, nem da profissão docente, pois eles se desenvolvem em todas as dimensões da convivência humana, intercalando nosso papel de aprendente e ensinante.
A educação informal ocorre na vida da criança desde o seu nascimento. Pais, familiares, amigos, são agentes educadores que transferem a ela significados de mundo e de convivência a todo momento.
Neste processo de socialização desenvolve-se hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem - segundo valores e crenças do grupo social que a criança está inserida formando uma rede complexa de saberes que serão levados para o resto da vida. Por isso, a educação informal é tão importante.
Diálogos e vivências permeiam a rede de compartilhamento de saberes, se desdobrando em auto aprendizagem e aprendizagem coletiva adquirida através das experiências. Esta rede de conhecimentos tem um impacto significativo na educação formal, pois possibilita a complementação da escolarização e também desperta a motivação e amplia interesses que contribuem para o processo de aprendizagem sistematizada.
Em suma, a educação - em seu contexto amplo -é uma importante ferramenta no processo de formação e construção da cidadania, que deve ser utilizado em qualquer nível social ou de escolaridade.
A educação não formal compartilha objetivos com a escola, pois ambas visam contribuir para a formação de cidadãos ativos e plenos. Neste sentido, faz-se necessário que reconheçamos nosso papel de educador social, possibilitando às crianças e jovens o exercício da autonomia do pensar e do fazer em todos os espaços sociais
Autonomia como ferramenta de formação para um cidadão capaz de entender as contradições globais e estar apto a conviver com as diferenças e para ajudar a construir uma sociedade mais crítica e participativa.
Família, escola e comunidade são constituídas de educadores que devem contribuir com os processos pedagógicos, culturais e sociopolíticos, ajudando crianças e jovens no desenvolvimento do pensamento crítico, da capacidade de articular saberes e da autonomia.
Precisamos juntos preparar esta nova geração para além do cognitivo, resgatando alguns ideais sociais necessários, como a civilidade, honestidade, empatia, compaixão, tolerância e o respeito mútuo. Valores estes que só alcançaremos quando exercermos nosso papel de educador - com o rigor do termo- a partir do exemplo.
Daniele Melo de Liz