Explosão da Escrita
Desde o nascimento até os seis anos, a criança desenvolve suas linguagens com uma considerável rapidez e eficiência. Até os quatro primeiros anos, esse progresso torna-se mais visível. Após esse período, a linguagem verbal já está formada e a criança começa a realizar a aquisição da organização do discurso por meio da gramática e descobrir o mundo por meio de novas palavras.
Mesmo com a explosão de vocabulário, a linguagem ainda não está completa. A criança começa a entender que pode aprender línguas estrangeiras, que temos passado, presente, futuro, plural, singular, conjunções adequadas de números e pessoas. É maravilhoso ver aflorar toda essa percepção na mente dos pequenos em constante desenvolvimento.
Nas escolas montessorianas incluímos a escrita de maneira gradual, desde o início da primeira infância. Para que a descoberta da escrita ocorra de maneira intuitiva, é fundamental treinar indiretamente a coordenação motora fina e a associação entre as letras e os sons. O refinamento acontece com o manuseio de objetos frágeis, como potes de vidro e porcelana, utilização de materiais como blocos cilíndricos, peças, cubos, materiais de transpor, materiais de versar e encaixes de metal que foram projetados para treinar e fortalecer o uso das mãos, desenvolver a percepção visual e tátil, a fim de tornar a criança apta à escrita.
“Tocar as letras no sentido da escrita, é começar a educação muscular que prepara a escrita...a criança que olha, reconhece e toca as letras no sentido da escrita, prepara-se simultaneamente para leitura e para escrita. ” (Maria Montessori, 2017, p.186)
Três elementos são responsáveis para que ocorra o ato da escrita em Montessori:
- Preparação da mão ao uso dos instrumentos de escrita;
- Conhecimento das letras do alfabeto;
- Composição das palavras.
Quando a criança compreende todo o sistema de símbolos, sinais e os decodifica expressando gradativamente, é possível presenciar o magnífico fenômeno que é a “explosão da escrita” que faz do homem o dono do seu passado, presente e futuro. Um “fazedor” de história.
REFERÊNCIAS:
MONTESSORI, Maria. A criança – (tradução de Luiz Horácio da Mata). São Paulo: Nórdica, s.d.